sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Kuduro

complementando o que a Aurora postou:
O kuduro surgiu primeiramente como um etsilo de dança,porém foi ganhando forças e se tornou um género músical. Esse nome Kuduro bem da palavra kimbundo , que expressa que tem que ter o quadril duro e é uma dança muito sensual. Sou fã de kuduro muito antes dele começar a fazer sucesso!
dizem que o "kuduro" teme inspiração no Van Dame, além disso podemos associar ao nosso funk ,pois vem da periferia e atinge a todas as classes trabalahdno temas polêmicos.
Dançar kuduro é muito complicado, a versão que faz mais sucesso é do Don Omar com Lucenzo.

"A paz em Angola - depois de décadas de guerra (primeiro a guerra contra as tropas portuguesas, depois uma guerra fratricida igualmente sangrenta) - proporcionou o desenvolvimento de variadíssimas e riquíssimas formas musicais e a sua divulgação interna e externa. Não que muita música não se fizesse e gravasse antes - vejam-se as gravações contidas na caixa «Angola», já referida há alguns meses neste blog, ou na recente compilação «Os Reis do Semba», todas feitas durante os anos finais de dominação portuguesa - ou as inúmeras gravações de artistas de kizomba editadas ainda durante a guerra civil. Mas, nos últimos anos, outros géneros foram nascendo e crescendo com uma força imparável: a versão muito própria e angolana do hip-hop e também o kuduro e a tarrachinha." ( fonte http://pt.globalvoicesonline.org/2007/12/02/kuduro-o-ritmo-sensual-angolano-com-uma-mensagem/)


Essa música alémde ser a de maior sucesso,com relação a esse género musical,tambem foi a que apareceu na cena final do filme Veloses e Furiosos 5 " missão rio".

VAMOS DANÇAR KUDURO! É MUITO BOM!! É UMA ARTE!


quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Aconteceu na TAM?!

Boa noite, pessoas.

Esta é uma mensagem que já li diversas vezes em diferentes lugares (imagino que muitas pessoas aqui também) e que propõe uma reflexão sobre o preconceito racial e econômico ainda existente em diversas sociedades e culturas. É com tristeza que digo que o preconceito existe em nossa sala de aula também, de diversas formas que não cabe à mim expor.

A Companhia Aérea TAM não reconhece a história, porém, sendo verdade ou não, é um belo conto.


Aconteceu num dos vôos da TAM.

"Uma mulher branca, de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar na classe econômica e viu que estava ao lado de um passageiro negro.

Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.

'Qual o problema, senhora?', pergunta a comissária..

'Não está vendo?' - respondeu a senhora - 'vocês me colocaram ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Você precisa me dar outra cadeira'

'Por favor, acalme-se' - disse a aeromoça - 'infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.

A comissária se afasta e volta alguns minutos depois.

'Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre na classe econômica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar na classe econômica. Temos apenas um lugar na primeira classe'. E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:

'Veja, é incomum que a nossa companhia permita à um passageiro da classe econômica se assentar na primeira classe. Porém, tendo em vista as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.

E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:

'Portanto senhor, caso queira, por favor, pegue a sua bagagem de mão, pois reservamos para o senhor um lugar na primeira classe...'

E todos os passageiros próximos, que, estupefatos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé."


Que bom seria se todas as histórias de manifestações de discriminação racial, sexual, social e etc pudessem ter um final feliz.

Sem mais.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Ritmo africano influencia músicos brasileiros

Fonte: http://www.jornaldooeste.com.br/cultura/noticias/10265/?noticia=ritmo-africano-influencia-musicos-brasileiros

"Isso não é rap/ Isso não é samba/ Essa mania/ Vem de Luanda". Foi com esses versos que a banda Fantasmão anunciou, em 2009, que o ritmo de Angola, na África, havia chegado para ficar - a música "Kuduro" virou o grande hit do Carnaval de Salvador naquele ano. De lá para cá, o movimento, que nasceu na periferia de Luanda de forma semelhante ao funk carioca no Brasil, começou a fazer sucesso nas pistas das casas noturnas do país e do resto do mundo.

Por aqui, já conquistou adeptos como Claudia Leitte e Calypso. O cantor Latino gravou, em parceria com o MC Daddy Kall, "Dança Kuduro", versão da música do cantor porto-riquenho Don Omar. "O kuduro é um gênero dançante que nasceu em Angola nos anos 1980. Tem tudo a ver com a nossa brasilidade. Percebi que ia estourar em nossa pistas", diz Latino.

O som contagiante do kuduro tem como base a movimentação intensa dos quadris. "O kuduro surgiu da dança. É derivado de ritmos tradicionais angolanos, como kizomba e semba. Depois de 2000, ganhou o mundo", diz Felipe Braga, que desenvolve projetos relacionados à cultura angolana no Brasil.

SUCESSO – Ultrapassa nove dígitos o número de acessos no YouTube ao hit "Danza Kuduro", de Don Omar e Lucenzo, que ganhou uma versão nas vozes de Latino e Daddy Kall. A faixa concorre ao Grammy Latino 2011 de Melhor Canção Urbana. "Daddy Kall descobriu essa música em Miami. Quando surgiu a ideia do clipe e ele me convidou, aceitei de cara!", diz Latino. "Como a versão original chegou ao topo do ranking Hot Latin Songs da Billboard, resolvemos apostar."

Imigrantes trazem ritmo kuduro angolano ao Brasil

Fonte: http://cacbbr.blogspot.com/2010/01/imigrantes-trazem-ritmo-kuduro-angolano.html

Há alguns anos, um ritmo de batidas rápidas e forte sotaque lusófono chegou ao Brasil. No Rio e em São Paulo, o kuduro pode ser ouvido em casas noturnas e, em Salvador, o som tem até bloco próprio durante o carnaval.

O kuduro é um ritmo angolano cuja trajetória se assemelha ao funk carioca. Nascido nas periferias da capital Luanda há cerca de dez anos, com base em uma dança que envolve fortes movimentos nos quadris (sim, o nome vem daí), a música é hoje um fenômeno naquele país. É uma espécie de mistura de elementos da música tradicional africana, como afro zouk, com hip hop, techno ou house music.

As letras, cantadas em português angolano, refletem temáticas simples e bem-humoradas em tom de crônica social, centradas na vivência das classes mais pobres que habitam os guetos, ou musseques, das cidades angolanas.

“Os jovens conseguiram impor o kuduro como uma música nacional de Angola”, diz Josue Isaias, adido de imprensa da embaixada angolana no Brasil. Hoje em dia, kuduro atravessou fronteiras e pode ser ouvido em outros países africanos, além de casas noturnas da Europa, em especial na Espanha e em Portugal.

Chegada ao Brasil

No Brasil, o kuduro chegou com os imigrantes, já que o país é um dos principais destinos de angolanos, segundo a embaixada do país em Brasília. Mesmo assim, não se sabe exatamente quantos vivem aqui – a soma varia entre 10 e 15 mil. “Não dá para ter uma ideia precisa porque é uma população muito móvel. Muitos vêm para fazer comércio, ficam um ou dois meses e voltam”, diz Isaias.

Em São Paulo, as sacoleiras angolanas são conhecidas nos bairros centrais. Elas ficam hospedadas em hotéis da região e se especializam nesse tipo de venda. Na maioria das vezes, além de roupas, comercializam também acessórios, sapatos e até cabelos para extensões capilares e perucas.

Entretanto, a maioria da população angolana que se fixou no país está no Rio de Janeiro, na rua do Riachuelo, no centro, e no Complexo da Maré, na zona norte. Ali vivem também muitos imigrantes que vieram durante a guerra civil e formam a maior população de refugiados no país, cerca de 1.700 pessoas. Os estudantes, que vêm ao país com bolsas concedidas pelo governo ou entidades privadas, concentram-se em bairros como Tijuca e Copacabana.

Na noite carioca

Para o estudante e DJ angolano Anderson Machado, tocar kuduro em festas de compatriotas aconteceu de maneira espontânea. Morador do Rio de Janeiro desde 2006, onde estuda recursos humanos, ele diz que conhece “90%” da comunidade angolana na cidade. “Como o kuduro já estava famoso em Angola, foi natural tocá-lo nas pistas aqui. Quando mudei para o Rio, comecei a brincar com outros DJs e um dia me chamaram para tocar numa festa angolana. A música alegrou o pessoal, e o dono da boate acabou me chamando pra ficar”, diz ele, que hoje trabalha na boate Espaço África, no bairro da Lapa.

Além de imigrantes africanos, muitos brasileiros frequentam a festa, segundo Machado, conhecido como DJ Digital. “Eles pedem muito para tocar kuduro, que é um ritmo mais animado, para o final da festa”.

O DJ carioca Ze McGill, que promove a festa Makula, no Rio de Janeiro, de afrobeat e outros ritmos africanos, diz que o kuduro tem se popularizado e hoje é tocado em algumas festas na cidade. “É uma música que tem proximidade com o miami base e o funk pancadão, e traz o discursos do gueto, das camadas menos favorecidas. Não dá pra ficar parado. Sempre que a gente toca, todo mundo dança”.

E na Bahia

De certa forma, a chegada do kuduro é a inversão de uma tendência que durante décadas tem marcado as relações culturais entre os dois países. Os angolanos consomem muitos produtos culturais brasileiros, desde música até novelas. Não é a toa que um dos principais mercados ao ar livre de Angola se chama Roque Santeiro, em homenagem ao personagem da novela brasileira.

Com o kuduro, os brasileiros entram em contato com a realidade dos jovens daquele país, segundo Alvaro di Amaro, o DJ Panafricano, precursor do ritmo em Salvador. “É bom para o pessoal conhecer a realidade deles, que estão ainda saindo da guerra civil. As letras são de crítica relacional, falam da temática da juventude, uma crítica construtiva, de usar camisinha. Têm uma crítica, mas também uma sátira bem apimentada, é sempre muito engraçado”.



Di Amaro costuma animar as festas de rua com um carrinho de sol móvel chamado “kuduro sound system”. Junto com outros músicos, ele fundou a Academia de Kuduro Bahiano Angola, que divulga a dança e organiza festas dedicadas à música dos países que fazem parte do Palops - Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa. “É importante divulgar por aqui, por causa da ligação que tem a cultura baiana com a africana. É importante resgatarmos essa origem”, explica.










Academia Bahiana de Kuduro

Nos últimos anos, grandes nomes do kuduro angolano passaram a visitar com frequência o Brasil. Músicos como o DJ Zenobia e o cantor Yuri Cunha também vieram para cá divulgar o ritmo.

O DJ Dog Murras, um dos maiores nomes do ritmo, passou por Salvador, onde fez parcerias com Carlinhos Brown, Daniela Mercury, Margareth Menezes, Claudia Leite e Marcio Victor do Psirico. “Desde aquela data começou todo o movimento expansionista desta via de exportação de algum elemento da cultura angolana”, diz ele. “É a porta de entrada deste movimento de corpo e alma, foi o estado mais negro da América Latina, a Bahia”.

Ritmo de batidas rápidas, o kuduro nasceu na periferia da capital Luanda e já se tornou um sucesso em casas noturnas de são Paulo, Rio de Janeiro e Salvador.

http://www.youtube.com/watch?v=UGtAItp5qMM&feature=related

terça-feira, 27 de setembro de 2011

MONTEIRO LOBATO E O RACISMO

http://bravonline.abril.com.br/materia/monteiro-lobato-e-o-racismo
Achei muito interessante essa reportagem e achei legal compartilhar.

Propaganda da Caixa Econômica Federal onde o escritor Machado de Assis é retratado como branco.



SÃO PAULO - A Caixa Econômica Federal divulgou uma nota para anunciar a retirada do ar de um propaganda sobre os 150 anos do banco. O comercial dizia que até o escritor Machado de Assis poupava na instituição. Mas, no comercial, o escritor, negro, é mostrado como um homem branco.
"O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial", diz a nota da Caixa, assinada pelo presidente Jorge Hereda.
O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais
O banco diz buscar retratar a diversidade racial do país, afirmando que nasceu "com a missão de ser o banco de todos, e jamais fez distinção entre pobres, ricos, brancos, negros, índios, homens, mulheres, jovens, idosos ou qualquer outra diferença social ou racial".
O comercial havia chamado a atenção da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), da Presidência da República, que divulgou nota criticando o banco. A Seppir ressaltou as parcerias que tem com a Caixa, mas afirmou: "No entanto, deve-se lamentar o episódio da campanha que traz Machado de Assis, um dos primeiros poupadores da Caixa, representado por um ator branco. Uma solução publicitária de todo inadequada por contribuir para a invisibilização dos afro-brasileiros, distorcendo evidências pessoais e coletivas relevantes para a compreensão da personalidade literária de Machado de Assis, de sua obra e seu contexto histórico".
Publicada no site do Planalto na segunda-feira, a nota da Seppir conclui que "em respeito a sua contribuição na valorização da diversidade brasileira, a Caixa deve corrigir a produção deste vídeo, reconhecendo o equívoco e considerando o diálogo que vem mantendo com a sociedade ao longo da sua trajetória institucional".
 ***
 A propaganda revista: Machado Negro:


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/09/21/caixa-economica-tira-do-ar-propaganda-com-machado-de-assis-branco-925411256.asp#ixzz1Z5BFQVBP 
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segunda-feira, 26 de setembro de 2011

ONU pede ao mundo que fuja dos políticos que alimentam o racismo

Nações Unidas, 22 set (EFE).- O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira à sociedade civil que fuja dos 'políticos extremistas' que alimentam o racismo e a xenofobia, principalmente em difíceis momentos econômicos como os atuais.
Devemos resistir aos políticos que polarizam (posições e) que jogam com os medos das pessoas e utilizam estereótipos para ganhar vantagem eleitoral', afirmou Ban durante a comemoração na Assembleia Geral da ONU do 10º aniversário da Declaração de Durban contra o racismo e a xenofobia.

O principal responsável das Nações Unidas criticou duramente os que usam a política para turvar o ambiente social e conquistar benefícios eleitorais atacando 'as minorias e os grupos mais vulneráveis'.

'Os Governos têm de garantir que situações como o desemprego e a deterioração dos padrões de vida não forneçam desculpas para atacar aos grupos vulneráveis', indicou Ban, quem reconheceu que 'as épocas difíceis econômicas' agravam os problemas racistas em todas as sociedades.

Com a presença de chefes de Estado e de Governo, Ban assegurou que, passados dez anos da assinatura da Declaração de Durban, avançou-se em inúmeros aspectos, mas reconheceu que 'a intolerância aumentou em muitas partes do mundo'.

Ao final do encontro, no qual também discursou a Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, o organismo internacional aprovou novamente seu compromisso contra o racismo com um documento com recomendações contra o racismo.

O secretário-geral apelou pelo fim de qualquer forma de discriminação, 'contra os africanos, asiáticos, os indígenas, os imigrantes, refugiados e toda minoria, como o povo romani'.

Ele encorajou a acabar com o antissemitismo, a islamofobia, a discriminação contra os cristãos, assim como com qualquer atitude negativa em direção a 'raça, cor, língua, opinião política', da mesma forma que de gênero e orientação sexual.

Ban referiu-se a polêmica que acompanha a Declaração de Durban desde o nascimento em 2001, quando Estados Unidos e Israel, entre outros, abandonaram a conferência ao considerar que Israel estava sendo perseguido, sobretudo em uma resolução que equiparava sionismo com racismo.

A ONU realizou um simpósio sobre racismo no qual Ban Ki-moon participou com o presidente sul-africano, Jacob Zuma, que louvaram o papel de Nelson Mandela na luta contra o racismo.

Paralelo aos atos da ONU ocorreu em Nova York uma cúpula oposicionista, organizada pelo Instituto Hudson e o Instituto de Direitos Humanos e o Holocausto da Universidade de Touro, em protesto à comemoração do 10º aniversário da declaração. EFE

Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/09/onu-pede-ao-mundo-que-fuja-dos-politicos-que-alimentam-o-racismo.html

Alfabetização em Tupi-Guarani em Camboinhas

Uma tribo guarani que vive em Camboinhas, Niterói, alfabetiza seus jovens em português a partir dos 12 anos.


Postado pelo grupo Arte e Culturas Indígenas

ÍNDIOS NO BRASIL - QUEM SÃO ELES?

http://www.youtube.com/watch?v=HA_0X2gCfLs&feature=related
Postado por Arte e Cultura Indígenas

A série "Índios no Brasil" mostra a relação da população indígena brasileira com a natureza, com o sobrenatural e com os não-índios.
Ao contar a história do Brasil, muitas vezes o índio é tratado como um ser que parou no passado. Além disso, relacionado a atraso, preguiça e selvageria. Este episódio apresenta quem são e como vivem os indígenas no Brasil atual, tomando como foco a relação deles com os outros brasileiros.

Pessoas das tribos Krenak, MG; Kaxinawá, AC; Ashaninka, AC; Yanomami, RR; Pankararu, PE e Kaingang, SC, conversam sobre o assunto.

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Terra de Índio

http://www.youtube.com/watch?v=3ik3I8UO2as
Postado por Talita Christian, Maria Betânia, Luzimeire, Samila

domingo, 25 de setembro de 2011

Oferecendo subsídios para o ensino da história e cultura indígena na escola

Propõe-se a realização de uma oficina que ofereça subsídios com vistas à qualificar a abordagem das temáticas das culturas e história dos povos indígenas nas propostas pedagógicas e curriculares, visando a contribuir para a implementação da Lei 11.645/2008. Em 2008, com a sanção da Lei 11.645 pelo Presidente da República, a LDBEN é alterada, tornando-se obrigatória a inclusão das temáticas das Culturas e História dos Povos Indígenas nos currículos de todas as escolas brasileiras. A implementação desse novo dispositivo legal torna prioritária a formação de professores para o tratamento qualificado dessas temáticas, reconhecendo e superando concepções discriminatórias presentes no senso comum a respeito dos povos indígenas, das diferenças culturais e das relações interétnicas, como meio de combater o desconhecimento, a intolerância e o preconceito em relação a essas populações. A oficina proposta está principalmente destinada a professores da rede pública ou privada do ensino básico e também a estudantes de licenciatura e de pedagogia. Durante a oficina,se utilizarão uma série de recursos variados: leitura de textos, vídeos, música e se propõe uma metodologia participativa e ativa.

Coordenadora da atividade:                                                                                                 

Profª Mariana Paladino                                                                                                                               Laboratório de Educação Patrimonial (LABOEP)

Data do Evento: 19 de outubro de 2011.                                                                                                         Horário: 9 às 13 horas.                                                                                                                                    Período de inscrições: 26 de setembro a 12 de Outubro de 2011.                                                                   Inscrições pelo e-mail oficinapovosindigenasuff@yahoo.com.br (enviar dados pessoais, inserção institucional e carta de intenção)                                                                                                                                                   Número de vagas: 30.                                                                                                               

Local: Rua Prof. Marcos Valdemar de Freitas Reis, s/n, Bloco D, Gragoatá, Niterói - RJ, sala 207, Campus Gragoatá

'A prática da escravidão chegou a ser algo que demarcava as fronteiras dos estados brasileiros com os países vizinhos'


Entrevista com Hebe Mattos

'A prática da escravidão chegou a ser algo que demarcava as fronteiras dos estados brasileiros com os países vizinhos'

Marcello Scarrone
“Estamos falando de milhões de pessoas”, enfatiza Hebe Mattos, professora titular da Universidade Federal Fluminense. “Desses milhões”, ela continua, “uma quantidade enorme sequer chegava ao Brasil com vida. E muitos dos que chegavam sobreviviam por pouco tempo”. O leitor já deve suspeitar do que se trata: a vida dos escravos. Impedir que esta história caia no esquecimento tem sido a missão de Hebe Mattos, que atua nas discussões sobre o período pós-abolição, na área da história oral e, principalmente, na preservação da memória das comunidades afrodescendentes.
Leia a entrevista completa na Revista de História.com.br

Até quando?

Movimento negro de MT acredita que morte de estudante é caso de racismo

Entidade prefere que investigações sejam conduzidas por órgãos federais.
OAB-MT se comprometeu de acompanhar o caso.





Precisa ser investigado! Um absurdo esse acontecimento.

sábado, 24 de setembro de 2011

Entrevista com Delcio José Bernardo

Délcio José Bernardo. Quilombo do Bracuí, Angra dos Reis, 2007.
Foto: Paulo Carrano
Temos boas notícias! Ontem, tivemos o prazer de conversar com o jongueiro Délcio José Bernardo, de Mambucaba- Angra dos Reis, na UERJ do Marcanã.
Aproveitamos para agradecê-lo a atenção prestada ao grupo. A entrevista foi extremamente rica para nossas vidas.
Em breve postaremos a nossa conversa.
Inté mais!!!

Da África ao Brasil: breve levantamento histórico sobre a trajetória dos negros

Esta seção tem como objetivo produzir textos sobre a História dos negros africanos no continente de origem, bem como sua trajetória no Brasil, incluindo seus descendentes.
Nossa jornada histórica começa no Brasil do Século XIX. Abordaremos a conjuntura do Movimento Abolicionista, a Abolição, a situação da população negra no pós-abolição a partir das narrativas e memórias do jongueiro Délcio José Bernardo (Angra dos Reis).

Grupo Responsável:
Camila Alves
Elizabeth de Paula
Ester Rodrigues
Gláucia L. D. Bispo
João Bastos
Sandra Costa
Vanessa Coutinho
Vilena Coutinho

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sugestão de leitura

Abaixo segue link da Revista "Universidade e Sociedade" que é uma publicação semestral do ANDES-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).

A edição de nº 46 aborda a importância que a discussão sobre as cotas no acesso ao Ensino Superior assumiu, nos últimos anos, no âmbito do movimento docente.
São 12 textos de autores que de formas diferentes, mas complementares, abordam a questão central desta edição da revista POLÍTICA DE COTAS NA UNIVERSIDADE: ACESSO, PERMANÊNCIA E DEMOCRATIZAÇÃO.


Link: http://portal.andes.org.br/imprensa/publicacoes/imp-pub-26332714.pdf

Aula do dia 26 de setembro

Caros e caras alun@s,
Segue o lembrete de leitura e vídeo de referência para a próxima aula.


26.09 

OLIVEIRA, Roberto Cardoso de. Identidade étnica, reconhecimento e o mundo moral. In: Revista ANTHROPOLÓGICAS, ano 9, volume 16(2): 9-40 (2005), 9-38.
v  Análise dos Documentários “As caravelas passam” e “Pisa Ligeiro” (assistir previamente no Blog da Disciplina).
v  Produção de conteúdos para o Blog e seminário

Na turma da noite teremos também um momento inicial para conversarmos sobre os textos da aula anterior.

GUIMARÃES, Antonio Sérgio. Como trabalhar com "raça" em sociologia. In: Educação e Pesquisa, São Paulo, v.29, n.1, p. 93-107, jan./jun. 2003.
HASENBALG, Carlos. Entrevista: por Antonio Sérgio Alfredo Guimarães. Tempo Social, Revista de Sociologia da USP, v. 18, n. 2, pp. 259-268. 

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Ilê Aiyê - 35 Anos

Fonte: http://www.ileaiye.org.br/index2.htm

ILÊ AIYÊ, primeiro bloco afro da Bahia, inicia sua história em 1º de novembro de 1974, no Curuzu-Liberdade, bairro de maior população negra do pais: 600 mil habitantes.

O objetivo da entidade é preservar, valorizar e expandir a cultura afro-brasileira, para isso, desde que foi fundado, vem homenageando os países, nações e culturas africanos e as revoltas negras brasileiras que contribuíram fortemente para o processo de fortalecimento da identidade étnica e da auto-estima do negro brasileiro, tornando populares os temas da história africana vinculando-os com a história do negro no Brasil, construindo um mesmo passado, uma linha histórica da negritude.

O seu movimento rítmico musical, inventado na década de 70, foi responsável por uma revolução no carnaval baiano. A partir desse movimento, a musicalidade do carnaval da Bahia ganha força com os ritmos oriundos da tradição africana favorecendo o reconhecimento de uma identidade peculiar baiana, marcadamente negra. O espetáculo rítmico-musical e plástico que o bloco exibe no Carnaval emociona baianos e turistas e arranca aplausos da população.

A riqueza plástica e sonora do Ilê Aiyê retoma todas as formas expressadas na evolução dos movimentos de renascimento negro-africano, negro-americano ou afro-americano, as decodifica para o contexto específico da realidade baiana, sem perder de vista a relação de identificação entre todos “os negros que se querem negros” em qualquer parte do mundo, ressaltando sempre o caráter comum da origem ancestral, de um passado comum que nos irmana.

Com 3 mil associados, o Ilê Aiyê é hoje um patrimônio da cultura baiana, um marco no processo de reafricanização do Carnaval da Bahia.

http://www.youtube.com/watch?v=onWzWtbc8EA

"A escola está em função de uma elite social"

Assistente social critica o sistema de ensino do País, cuja participação de negros no ensino médio é de 42,2%

Priscilla Borges, iG Brasília | 23/05/2010 08:00

http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/a+escola+esta+em+funcao+de+uma+elite+social/n1237631865845.html


O ensino superior é a principal alavanca para quem deseja conquistar melhores empregos e salários. Chegar lá, porém, não é um caminho simples para todos os jovens brasileiros. Muitos têm desistido antes mesmo de terminar a educação básica, cuja conclusão define a conquista de melhores postos de trabalho ou o alcance de uma vaga na universidade. Se entre os jovens brancos o cenário é ruim, entre os negros piora.

Enquanto 61% dos adolescentes brancos frequentam o ensino médio, a presença dos jovens negros nessa etapa é de 42,2%. Os dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílios (Pnad) 2008 mostram que houve melhora nessa participação. Em 1998, a quantidade de negros matriculados no ensino médio era três vezes menor.

A mudança é percebida também nos dados de analfabetismo. Entre os 4 milhões de jovens analfabetos do País com idade entre 15 e 29 anos, os negros representam o dobro dos brancos. Em 1998, a diferença era três vezes maior. A taxa de analfabetismo entre a população jovem branca é de 6,2% e, entre a negra, 13,6%, de acordo com a Pnad.

Foto: Marcos Brandão/OBrittoNews Ampliar

Cristiana Luiz: "É preciso entender que existe racismo"

Observando a taxa de crianças matriculadas no ensino fundamental, que era de 97,6% em 2008, se ignora que os 2,4% que estão fora da escola representam 680 mil crianças. Desse total, a maioria é negra: 450 mil. “A educação é fundamental para eliminar ou manter os preconceitos. Ela reproduz e produz todas as formas de discriminação. A escola está em função de uma elite”, critica a assistente social Cristiana dos Santos Luiz.

Na adolescência, Cristiana foi, em mais de uma ocasião, a única aluna negra do curso de línguas e do cursinho. Percebia que algo estava errado naquela situação, que a fazia sentir o peso do preconceito o tempo todo. “Isso me assustava muito. Os preconceitos costumam ser velados e naturalizados”, analisa.

Filha de uma funcionária pública que cuidava dos oito filhos sozinha, Cristiana decidiu não prosseguir os estudos quando concluiu o ensino médio. Fez outros cursos de capacitação, trabalhou. Quando voltou a estudar para o vestibular, desistiu de seguir o sonho de criança de ser médica e preferiu o serviço social. Queria mudar a realidade em que vivia.

Cristiana, hoje com 32 anos, não entrou pelas cotas. O programa ainda não existia na Universidade de Brasília, onde estudou. Não tinha colegas negros brasileiros. Apenas africanos circulavam nos corredores. As cotas, para ela, foram uma oportunidade de estudar a população negra e seus desafios, e uma possibilidade de dar mais poder aos negros. “Conhecimento é poder”, diz.

Para a assistente social, o Brasil precisa se reconhecer como racista para mudar. “Ocupar espaços e diminuir a desigualdade não significa diminuir o racismo. Para se eliminar a discriminação, é preciso entender que existe o problema”, comenta.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Defensoria Pública do Estado terá 20% das vagas para negros

Olá pessoal segue matéria publicada hoje no Jornal O Dia, vale a pena divulgar...

Concurso para a Defensoria Pública do Estado terá 20% das vagas para negros

Rio - A próxima seleção para a Defensoria Pública do Estado do Rio terá 20% das vagas para negros. A novidade foi anunciada ontem pelo Defensor Público Geral do Estado, Nilson Bruno Filho, durante audiência pública no Senado. A iniciativa também será adotada no concurso para o Estágio Forense da Instituição, de acordo com o decreto 43.007/2011, que está sendo contestado na Justiça, mas ainda está em vigor.

Durante a audiência, Nilson Bruno Filho afirmou que a Defensoria do Rio é a maior do Brasil, mas há poucos negros no quadro de defensores: “Entre os 800 defensores que há em meu estado, não há mais do que 12 negros”. Para o defensor, a medida não é uma facilitação, mas uma forma de oferecer acesso: “Consegui chegar até aqui sem cotas, mas Deus sabe como tive de trabalhar para isso. Meus irmãos não conseguiram. A falta de oportunidade é impiedosa”.

A Defensoria Pública explicou que não há previsão para o novo concurso para Defensor. E lembrou que o último foi em 2010. Contudo, o edital deve ser lançado em breve. Em outubro, está previsto para sair o edital do concurso para o Estágio Forense. A lei sancionada pelo governador Sérgio Cabral, em julho deste ano, deve impactar em 3.368 oportunidades em seleções anunciadas para 2011.

domingo, 18 de setembro de 2011

A Situação dos Afros-brasileiros à luz de Indicadores Sócio-Econômicos

A exclusão do afro-brasileiro tem sido colocada em evidência por diversas análises de natureza sociológica e antropológica, e é até mesmo constatável a partir da simples visualização de dados estatísticos. Filosoficamente, o agitado debate acerca da problemática igualdade x desigualdade, enquanto ethos das sociedades democráticas, supera o ideal liberal clássico que sustentava a igualdade enquanto valor totêmico, não desfrutado materialmente pelos “socialmente indesejáveis”.
Algumas conclusões de relatórios de organizações de idoneidade insuspeitável descrevem o dramático cenário do lugar do afro-brasileiro no mercado de trabalho e na educação. A análise estatística das relações raciais no Brasil ratifica o quanto o escravismo influenciou na estratificação social, sobretudo na concentração racial da riqueza.
O atual censo demográfico brasileiro adotou como uma das formas de classificação da população, o critério cor. De acordo com tal critério os brasileiros foram classificados como: amarelos, brancos, índios, negros e pardos. Negros e pardos no Brasil, segundo o censo, são cerca de 45% da população, perfazendo algo em torno de 70 milhões de pessoas. A questão cultural e étnica passa au della dessas estatísticas. O Brasil possui a maior população negra fora da África. É a segunda maior população negra do mundo, só inferior numericamente à população do mais populoso país africano, a Nigéria.
Uma análise dos indicadores sociais que o IBGE publicou em 1999, permite aferir que a população branca ocupada tinha um rendimento médio de 5 salários mínimos, enquanto os negros e pardos alcançavam valores em torno de 2 salários mínimos; ou seja, menos da metade dos rendimentos médios dos brancos. Estas informações confirmam a existência e a manutenção de uma significativa desigualdade de renda entre brancos, negros e pardos na sociedade brasileira.
O “Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial“ (INSPIR), em trabalho também publicado em 1999, intitulado “Mapa da População Negra no Mercado de Trabalho”, concluiu que "os resultados da pesquisa trazem um conjunto de informações que demonstram uma situação de reiterada desigualdade para negros, de ambos os sexos, no mercado de trabalho das seis regiões estudadas, independentemente da maior ou menor presença da raça negra nestas regiões” (INSPIR, 1999).
A similitude das conclusões das duas instituições citadas demonstra que a discriminação racial é um fato presente, cotidiano. Nenhum outro fato, que não a utilização de critérios discriminatórios baseados na cor dos indivíduos, pode explicar os indicadores sistematicamente desfavoráveis aos trabalhadores negros, seja qual for o aspecto considerado.
No mesmo sentido, a “Inter-American Commission on Human Rights” (IACHR), no relatório sobre a situação dos direitos humanos no Brasil, observa que "a expressão principal dessas disparidades raciais é a distribuição desigual da riqueza e de oportunidades”.
No que se refere à renda dentro do nível de pobreza, o relatório informa que, em 1995, 50% dos negros auferiam renda mensal inferior a dois salários mínimos (US$ 270), ao passo que 40% dos brancos estavam nessa situação. Quanto aos salários altos, informa: ”ao passo que 16% dos brancos recebiam mais de dez salários mínimos, a proporção entre negros era de 6%”. (IACHR, cap. IX, item a.2).
Em 2000, a ONU elaborou um programa (PNUD) para, com base na construção de um índice, medir o desenvolvimento humano (IDH). O índice, um indicador sintético, agregou três variáveis: renda per capita, longevidade e alfabetização combinada com a taxa de escolaridade. Com base nesse indicador, o PNUD classificou 174 países num ranking. O Brasil ocupou o 74º lugar, sendo considerado um país de médio índice de desenvolvimento humano.
Recentemente, estudo sobre os indicadores de desenvolvimento humano, realizado pelo projeto “Brasil 2000 – Novos Marcos para as Relações Raciais” (Fase), valendo-se da mesma metodologia do PNUD, mediu as disparidades entre os grupos étnicos branco e afro-descendente. As bases de dados utilizadas foram as da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD) de 19984. O estudo constatou o alto grau de desigualdade entre negros e brancos no país.
Aplicado o mesmo indicador para a população branca, nosso país ocupa a 49ª posição. Aplicado à população afro-descendente, o Brasil está na escandalosa 108º posição5. O IDH, se calculado para os brancos (0,791) colocaria o Brasil quase como um país de desenvolvimento humano elevado (último país no ranking tem 0,801 de índice). Já se calculado para os afro-descendentes, o Brasil teria um IDH abaixo de países africanos como a Argélia e muito abaixo de países americanos de maioria negra como Trinidad Tobago. Comparado à África do Sul, o Brasil estaria sete pontos abaixo desse país, recém saído de um regime segregacionista.
O “Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas” (IPEA) mostra que quase não mudou, desde os anos 50, a distância entre a escolaridade de brancos e negros de mais de 25 anos. O trabalho tem como fonte a “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios” (PNAD), de 1999. Os brancos têm sempre dois anos e meio a mais de escolaridade. No último meio século, o padrão da discriminação racial, no que se refere à escolaridade, manteve-se estável, concluiu Ricardo Henriques, coordenador do estudo.

A exclusão do afro-brasileiro tem sido colocada em evidência por diversas análises de natureza sociológica e antropológica, e é até mesmo constatável a partir da simples visualização de dados estatísticos. Filosoficamente, o agitado debate acerca da problemática igualdade x desigualdade, enquanto ethos das sociedades democráticas, supera o ideal liberal clássico que sustentava a igualdade enquanto valor totêmico, não desfrutado materialmente pelos “socialmente indesejáveis”.
Algumas conclusões de relatórios de organizações de idoneidade insuspeitável descrevem o dramático cenário do lugar do afro-brasileiro no mercado de trabalho e na educação. A análise estatística das relações raciais no Brasil ratifica o quanto o escravismo influenciou na estratificação social, sobretudo na concentração racial da riqueza.
O atual censo demográfico brasileiro adotou como uma das formas de classificação da população, o critério cor. De acordo com tal critério os brasileiros foram classificados como: amarelos, brancos, índios, negros e pardos. Negros e pardos no Brasil, segundo o censo, são cerca de 45% da população, perfazendo algo em torno de 70 milhões de pessoas. A questão cultural e étnica passa au della dessas estatísticas. O Brasil possui a maior população negra fora da África. É a segunda maior população negra do mundo, só inferior numericamente à população do mais populoso país africano, a Nigéria.
Uma análise dos indicadores sociais que o IBGE publicou em 1999, permite aferir que a população branca ocupada tinha um rendimento médio de 5 salários mínimos, enquanto os negros e pardos alcançavam valores em torno de 2 salários mínimos; ou seja, menos da metade dos rendimentos médios dos brancos. Estas informações confirmam a existência e a manutenção de uma significativa desigualdade de renda entre brancos, negros e pardos na sociedade brasileira.
O “Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial“ (INSPIR), em trabalho também publicado em 1999, intitulado “Mapa da População Negra no Mercado de Trabalho”, concluiu que "os resultados da pesquisa trazem um conjunto de informações que demonstram uma situação de reiterada desigualdade para negros, de ambos os sexos, no mercado de trabalho das seis regiões estudadas, independentemente da maior ou menor presença da raça negra nestas regiões” (INSPIR, 1999).
A similitude das conclusões das duas instituições citadas demonstra que a discriminação racial é um fato presente, cotidiano. Nenhum outro fato, que não a utilização de critérios discriminatórios baseados na cor dos indivíduos, pode explicar os indicadores sistematicamente desfavoráveis aos trabalhadores negros, seja qual for o aspecto considerado.
No mesmo sentido, a “Inter-American Commission on Human Rights” (IACHR), no relatório sobre a situação dos direitos humanos no Brasil, observa que "a expressão principal dessas disparidades raciais é a distribuição desigual da riqueza e de oportunidades”.
No que se refere à renda dentro do nível de pobreza, o relatório informa que, em 1995, 50% dos negros auferiam renda mensal inferior a dois salários mínimos (US$ 270), ao passo que 40% dos brancos estavam nessa situação. Quanto aos salários altos, informa: ”ao passo que 16% dos brancos recebiam mais de dez salários mínimos, a proporção entre negros era de 6%”. (IACHR, cap. IX, item a.2).
Em 2000, a ONU elaborou um programa (PNUD) para, com base na construção de um índice, medir o desenvolvimento humano (IDH). O índice, um indicador sintético, agregou três variáveis: renda per capita, longevidade e alfabetização combinada com a taxa de escolaridade. Com base nesse indicador, o PNUD classificou 174 países num ranking. O Brasil ocupou o 74º lugar, sendo considerado um país de médio índice de desenvolvimento humano.
Recentemente, estudo sobre os indicadores de desenvolvimento humano, realizado pelo projeto “Brasil 2000 – Novos Marcos para as Relações Raciais” (Fase), valendo-se da mesma metodologia do PNUD, mediu as disparidades entre os grupos étnicos branco e afro-descendente. As bases de dados utilizadas foram as da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (PNAD) de 19984. O estudo constatou o alto grau de desigualdade entre negros e brancos no país.
Aplicado o mesmo indicador para a população branca, nosso país ocupa a 49ª posição. Aplicado à população afro-descendente, o Brasil está na escandalosa 108º posição5. O IDH, se calculado para os brancos (0,791) colocaria o Brasil quase como um país de desenvolvimento humano elevado (último país no ranking tem 0,801 de índice). Já se calculado para os afro-descendentes, o Brasil teria um IDH abaixo de países africanos como a Argélia e muito abaixo de países americanos de maioria negra como Trinidad Tobago. Comparado à África do Sul, o Brasil estaria sete pontos abaixo desse país, recém saído de um regime segregacionista.
O “Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas” (IPEA) mostra que quase não mudou, desde os anos 50, a distância entre a escolaridade de brancos e negros de mais de 25 anos. O trabalho tem como fonte a “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios” (PNAD), de 1999. Os brancos têm sempre dois anos e meio a mais de escolaridade. No último meio século, o padrão da discriminação racial, no que se refere à escolaridade, manteve-se estável, concluiu Ricardo Henriques, coordenador do estudo.


ARTIGO: RACISMO E DESIGUALDADE SOCIAL NA ORDEM DO DIA
Luiz Fernando Martins da Silva


Acesse o documento: http://www.achegas.net/numero/zero/l_fernando.htm

Postado por: Raquel Lima

Brasileiras vibram com vitória da angolana Leila Lopes no Miss Universo

Quando a angolana Leila Lopes ganhou o título de Miss Universo, segunda-feira, Mayra, Daffini, Thainá, Caroline, Luana, Rafaella e tantas outras milhões de representantes da beleza do continente africano também se sentiram coroadas aqui no Brasil.

Moradora do Complexo do Alemão, a estudante Thainá Dias Batista Oliveira, de 17 anos, desfila sua beleza pelos salões do Rio. É bolsista em uma academia de dança, mas planeja investir em uma faculdade, como Leila, descoberta por um agente enquanto estudava Administração na Inglaterra. A dançarina brasileira já coreografou seu futuro: será engenheira de petróleo.

— Eu me senti representada. Por ser negra, a Leila Lopes valoriza a nossa raça. Muitas pessoas ainda não aceitam o estilo afro. Olham, cochicham, mas o racismo não me afeta. Preconceito está fora de moda — decreta a bela Thainá.

Beleza brazuca

Que o diga a modelo Luana Martins, de 22 anos. Criada na Penha, a filha única da determinada auxiliar de enfermagem Ana Cristina de Souza sempre ouviu nas ruas que tinha nascido para as passarelas e estúdios de moda. Mas desconhecia o caminho. Aos 18, de braços dados com a mãe, decidiu tentar a sorte no Fashion Rio e no São Paulo Fashion Week. Bingo duas vezes. No evento carioca, ela conheceu uma jornalista francesa que a convidou para desfilar no dia seguinte. E a levou para seu primeiro trabalho em Paris. Em São Paulo, a beldade recebeu convite para participar de uma campanha da Natura. Hoje, ela brilha na moda europeia. Mas já teve que ouvir de um agente que era linda, mas tinha um "problema". A pele negra.

— A situação já melhorou, mas não se pode dizer que está bom. Nas passarelas, só se conhece a Naomi (Campbell). E as tantas outras profissionais? Temos que lutar contra isso. É hipocrisia dizer que não existe preconceito. O perigo está em negar o racismo — defende a autora do blog "O lado negro da moda".

A linda modelo Fernanda Queiroz concorda:

Nós merecíamos, para ainda acreditar que nós negras somos capazes de vencer um concurso tão importante como esse.

Revelada no projeto Lente dos Sonhos, idealizado pelo fotógrafo Tony Barros para ensinar os segredos do mundo da moda a meninas das favelas cariocas, Rafaella Lemes, de 19 anos, representou a Rocinha no concurso Beleza na Comunidade, da TV Record. A modelo brasileira, que acabou de fazer seu book para apresentar a agências, vibrou com a vitória da angolana.

— Eu torci muito por ela. É a mesma raça, a mesma cor. É como se fosse eu mesma — diz a menina com a beleza do Brasil.

Fonte: Jornal Extra

Estudo da UFRJ explicita desigualdades raciais no atendimento público

Apresentado em seminário na Câmara, pesquisa aponta que negros e pardos têm mais dificuldade para ser atendidos no SUS e, nas ações judiciais por crime racial, costumam perder mais do que ganhar.
Saulo Cruz
Marcelo Paixão (Coordenador Relatório Anual Desigualdades Sociais)
Marcelo Paixão, coordenador da pesquisa: "Falta vontade dos atores políticos."
Relatório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre desigualdade racial, apresentado nesta quarta-feira (14) na Câmara, revela que a população negra e parda tem mais dificuldades em acessar o Sistema Único de Saúde (SUS) que a branca e, quando consegue atendimento, é negligenciada.
O documento, elaborado pelo Instituto de Economia da UFRJ, explicita ainda que os negros e pardos estão mais vulneráveis em relação à segurança alimentar, possuem maior defasagem escolar e recebem menor número de aposentadorias e pensões da Previdência Social.
Em relação ao acesso à Justiça, o relatório mostra que a maioria dos processos por crime de racismo julgados nos Tribunais Regionais de Trabalho (TRTs) é vencida pelo réu da ação e não pela vítima.
“Falta vontade dos atores políticos de entender que o tema não poderá ser empurrado com a barriga indefinidamente”, declarou o coordenador da equipe de elaboração do relatório, Marcelo Paixão.
O Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2009-2010 foi debatido em seminário promovido pelas comissões de Legislação Participativa, e de Seguridade Social e Família da Câmara. O evento foi sugerido pelos deputados Paulo Pimenta (PT-RS) e Luci Choinacki (PT-SC).
Segundo Pimenta, parte da dificuldade em avançar nos temas de igualdade racial é motivada pelo perfil do Congresso Nacional. “Todos sabemos que esta Casa é, por natureza, muito conservadora e resiste muito a pautar determinadas discussões, provocar determinas reflexões que revelem com mais nitidez as contradições deste País”, disse.
Assassinatos
Entre os dados apresentados pelo relatório, está um estudo das principais causas de mortalidade entre a população negra. O documento revela que, nos anos 2006 e 2007, das 96 mil pessoas assassinadas no Brasil, 63% eram pretas ou pardas. Em 2007, o número de assassinatos entre as mulheres negras era 41,3% superior ao observado entre as mulheres brancas.
O relatório também traz informações sobre os índices de mortalidade materna no País e aponta que, em 2007, a cada 100 mil nascidos vivos, 55 mulheres morreram em decorrência de problemas relacionados à maternidade. As mulheres negras representavam 59% desse total.

O estudo ainda revela que as negras estão em piores condições quanto à realização de exames preventivos e de pré-natal. Entre as mães brancas, 70,1% realizaram sete ou mais consultas, enquanto entre as negras o número é de 42,6%. "Não quer dizer que as coisas estejam às mil maravilhas para os brancos, mas os pretos e pardos são os mais atingidos", disse Marcelo Paixão.
Avanços
A pesquisa também mostra avanços em relação à escolaridade da população negra. Em 20 anos (1988 – 2008), a média de anos de estudos de pretos e pardos, com idade superior a 15 anos, aumentou de 3,6 para 6,5 anos. Em relação ao acesso ao ensino superior, os números são mais expressivos: entre as mulheres negras passou de 4,1% para 20% e entre os homens negros, de 3,1% para 13%.
Segundo o documento, os dados positivos são frutos da criação de políticas públicas de promoção da igualdade racial. O relatório cita a Lei 10.639/03, que inclui o estudo da História da África, dos africanos, a luta dos negros no Brasil e a cultura negra brasileira no currículo oficial da rede de ensino brasileira, como uma das principais medidas para “enfrentar o tema das relações raciais dentro do espaço escolar”.
O trabalho mostra, no entanto, que em 2008 quase a metade das crianças afrodescendentes de 6 a 10 anos estava fora da série adequada, contra 40,4% das brancas. Na faixa de 11 a 14 anos, o porcentual de pretos e pardos atrasados subia para 62,3%.
Esse resultado contrasta com avanços nos últimos 20 anos. A média de anos de estudo de afrodescendentes passou de 3,6 anos para 6,5 entre 1988 e 2008, e a taxa de crianças pretas e pardas na escola chegou a 97,7%. Mesmo assim, o avanço entre negros e pardos foi menor.
Com 292 páginas, o trabalho é focado nas consequências da Constituição de 1988 e seus desdobramentos para os afrodescendentes. Para produzir o texto, os pesquisadores recorreram a bases de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dos Ministérios da Saúde e da Educação e do Sistema Único de Saúde (SUS), entre outros.
Reportagem - Rodrigo Bittar
Edição – Daniella Cronemberger

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara de Notícias'

Arte e Cultura Indígena


Olá pessoal! Tratando sobre a Arte e a Cultura Indígena, segue abaixo o link do Museu do Índio do Rio de Janeiro. Vale à pena visitar para conhecermos a arte, a cultura, os costumes, os valores, as variadas Línguas, a história e organização das Populações indígenas Brasileiras.



O Museu é de fácil acesso, situado à Rua das Palmeiras, 55 - Botafogo - RJ. Telefone: 32148705.
São organizados vários eventos, tais como: exposições que podem ser agendadas para grupos e escolas, sessões de contação de histórias, vídeos, oficinas, dentre outros.

Abraços,
Maria Betânia

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Kiriku

Kiriku,é um desenho animado francês,mas existe a versão em português, é um ótimo material didático para ser trabalho com as crianças! Exitem dois videos Kiriku e a Feiticeira, Kiriku e o Animais. O primeiro trabalha a questão da valorização da água e o segundo a importância da fauna, fora isso mostram a cultura afro e seus mitos de maneira prazerosa e criativa. Assim criando uma motivação e facilitando o ensino aprendizagem.
Tive o prazer de conhecer e de ganhar os dvds do Kiriku quando participei do projeto Griot!


terça-feira, 13 de setembro de 2011

Miss Universo 2011 é vítima de racismo nas redes sociais

Rio - Logo após ser eleita a Miss Universo 2011, na noite desta segunda-feira, a angolana Leila Lopes foi vítima de racismo nas redes sociais. Um comentário de um usuário do Facebook causou polêmica na internet. "Leila Lopes é a Miss Universo! Conheci a preta mês passado e fez muito bem de ter prendido aquele cabelo de vassoura. Era a única elegante das 5 finalistas... todas com cara de brega. Ela não... parecia uma Barbie Black Label! HAHAHA Algo me diz que lutará pelas classes! Parabéns, macaca! :)", escreveu Marco Antonio Arcoverde Cals.


Foto: Reprodução Internet

Outros usuários da rede social resolveram denunciar seu perfil. O internauta se explicou. "É gente... tão compartilhando isso aqui! MUITO OBRIGADO facebook por ter colocado meu mural ABERTO PRA PÚBLICO como default SEM ME CONSULTAR pra QQ MANÉ ler post meu fora de contexto. Mais uma vez: Quem eu ♥ eu chamo de MACACA. Independente de cor, credo, formação, local onde reside ou se gosta da novela "Fina Estampa". Quem não, recebe OUTROS NOMES. Quem me conhece sabe disso, correto macacas? PS> E SIM, o cabelo solto dela não é dos melhores. E daí? Do meu irmão tb não é! :)", escreveu Marco.

A usuária do Facebook Clarisse Miranda Gomes, que fez campanha para denunciar o perfil do rapaz, se manifestou após a resposta dele. "Não quero espalhar o ódio, nem que o rapaz (do comentário infeliz) seja agredido na rua (NUNCA NA VIDA!!!), só acho o comentário e as desculpas foram péssimas e que o respeito ao próximo esta acima de tudo!!! Eu não acho "carinhoso" ser chamado de viado, viadinho, gorda (o), caolha, macaca, cabelo de vassoura e vários outros nomes... #prontofalei. Quem não respeita o próximo, não merece respeito! E isso vale pra tudo e pra vida!" , escreveu.

Além de receber muitos elogios por sua beleza e ficar entre os assuntos mais comentados no Twitter, Leila Lopes também teve seu nome relacionado a comentários preconceituosos. "Primero Obama depois miss Angola, agora o que falta? Que Deus baixe do céu e seja um negro? Por favor..." escreveu um internauta.

LEIA MAIS: Vila Isabel convida Miss Universo para desfilar no Carnaval 2012


Foto: EFE

Chamada de "diamante negro" pela imprensa de seu país, a Miss Universo diz que não se abala com o preconceito. "Felizmente o racismo não me atinge. Acho que os racistas precisam procurar ajuda, não é normal em pleno século XXI ainda pensarem nessa forma", disse. "Devemos todos nos respeitar, independente da raça, do sexo e do meio social."

Leila Lopes quer usar sua fama e beleza para lutar por causas sociais como o combate a AIDS. "Me sinto orgulhosa. Não pela minha beleza, mas porque minha beleza vai ajudar a todos. Vou lutar contra a AIDS, porque este é o principal projeto em Angola".

Fonte:http://odia.terra.com.br/portal/diversaoetv/html/2011/9/miss_universo_2011_e_vitima_de_racismo_nas_redes_sociais_191926.html