A comunidade, que ainda existe, chama-se Cafundó e fica em Salto de Pirapora, a cerca de 150 km da capital paulistana. Nela vivem duas parentelas, descendentes de escravos, a dos Almeida Caetano e a dos Pires Pedroso, totalizando cerca de 80 pessoas, que utilizavam em seu cotidiano a língua, denominada “cupópia”.
Durante pelo menos dez anos (1978 a 1988), Vogt e Fry frequentaram o Cafundó, dedicando-se ao estudo da comunidade e da língua. Os resultados da pesquisa se transformaram em vários artigos e, em 1996, no livro “Cafundó – A África no Brasil”, cuja segunda edição acaba de ser publicada pela Editora da Unicamp e será lançada 16 de abril, no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL).
Mais do que observadores, o contato com a comunidade acabou transformando os pesquisadores em personagens de um enredo que, de certa forma, reproduz as complexidades e tensões da sociedade brasileira contemporânea.
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