domingo, 21 de agosto de 2011

História do povo Guarani no Brasil

Domingos Nobre 
Seres do devir, para os Guarani a destruição do mundo não é um termo, mas uma linha de fuga que os arrasta para um além sempre adiado – e  isto é o presente. Melancolia, ou orgulho, deste povo imperceptível? (CASTRO, 1987: xxxiii)  

A etnografia guarani recente é rica e com uma vasta produção. Autores clássicos  importantes como: Curt Nimuendaju (1987), Pierre Clastres (1978, 1990 e 2004), Hélène  Clastres (1978), Egon Schaden (1974, 1976, 1976a, 1989), Alfred Métraux (1979), León Cadogan (1992) e, recentemente, Bartomeu Melià (1979, 1991, 1995, 1997 e 2000) produziram uma interessante etnologia indígena Guarani e que continua atraindo estudiosos da Antropologia e, mais recentemente, da Educação. Séculos de contato com os portugueses e espanhóis teriam produzido muitas transformações irreversíveis, como: a enorme diminuição demográfica, o aprisionamento territorial, as crises políticas internas de liderança e o suposto impacto das missões sobre a religião e religiosidade dos Guarani. Hoje os Guarani somam apenas 35.000 índios em
território brasileiro e cerca de 90.000 em territórios paraguaios, argentinos e bolivianos (ISA, 2000), cifras inexpressivas em relação à população Guarani colonial; todos os grupos Guarani encontram-se confinados em Aldeias relativamente pequenas ao longo do litoral, se comparadas às extensas áreas que ocupavam os grupos Tupi-Guarani anteriormente e que iam da Amazônia à Bacia do Prata (Brandão, 1990:54) constituindo uma “nação em estado de liberdade” (Almeida, 2001:119); diversas  novas Aldeias menores surgiram a partir da divisão entre lideranças, assim como grupos macro-familiares foram obrigados a conviver entre si, confinados em diminutas e poucas áreas, criadas como Postos Indígenas pelo Estado brasileiro, a partir de 1910 (Almeida,  1998:19). Muitas igrejas protestantes com suas missões estão instaladas hoje, dentro de aldeias Guarani e vários índios convertidos transformaram-se em pastores, chamados  hoje de índios crentes” (Almeida, 2001) e para Brandão (1990) haveria guarani católicos e guarani crentes, mas em alguns casos preservando a essência de uma religião Guarani.
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