terça-feira, 1 de novembro de 2011

APARTHEID E NELSON MANDELA




= PEQUENA CRONOLOGIA POLÍTICA DA ÁFRICA DO SUL =


1948 – O governo da África do Sul deu início à política do apartheid;

1952 – Nelson Mandela abre a primeira rma negra sul-africana;

1956 – Nelson Mandela é acusado de alta traição e absolvido;

1959 – O parlamento aprova leis que aumentam a segregação racial;

1960 – Durante um protesto negro contra o apartheid a polícia mata 69 pessoas;

1962 – Nelson Mandela é preso e sentenciado à prisão perpétua;

1972 – A África do Sul é impedida de participar dos Jogos Olímpicos em função da política do apartheid;

1974 – O país é expulso das Nações Unidas em função da política do apartheid;

1976 – Mais de 600 estudantes são mortos em Soweto e Sharpeville;

1990 – Nelson Mandela é solto da prisão;

1991 – Nelson Mandela torna-se presidente do Congresso Nacional sul-africano;

1991 – O Comitê Olímpico Internacional permite a participação da África do Sul nos Jogos Olímpicos depois de um banimento de 21 anos;

1994 – Nelson Mandela torna-se presidente da África do Sul;

A palavra apartheid signica separação, em africâner, uma variação sul africana do holandês. O objetivo dessa política era separar profundamente as raças que habitavam a África do Sul nos aspectos político, social, econômico e até mesmo geográco. As leis raciais procuravam controlar todos os aspectos da vida das pessoas negando aos negros direitos políticos básicos e proibindo, por exemplo, o casamento entre brancos e não-brancos (negros, mestiços e asiáticos), determinando empregos, escolas, banheiros e até mesmo escadas só para brancos. No regime do apartheid o governo era controlado pelos brancos de origem européia (holandeses e ingleses), que criavam leis e governavam apenas para os interesses dos brancos. Aos negros eram impostas várias leis, regras e sistemas de controles sociais. Os brancos controlavam o poder, enquanto o restante da população não gozava de vários direitos políticos, econômicos e sociais.

Em 1950, o governo sul-africano implantou o Population Registration Act, através do qual a população deveria ser racialmente classicada em quatro categorias: branco, negro, mestiço e asiático (em sua maioria, imigrantes indianos e paquistaneses que viviam na região). Essa classicação baseava-se na aparência, aceitação social e na descendência. Por exemplo, uma pessoa que possuísse parentes “não-brancos” não poderia ser considerada branca, apesar de sua aparência.

A despeito da violenta repressão policial a toda manifestação contra a política implantada, na década de 1960 eclodiram diversos protestos por todo o país. Dentre estes protestos, podemos destacar um nas regiões de Soweto e Sharpeville, quando 10.000 negros queimaram seus passes nas ruas sendo combatidos pelo exército. A partir dessa década, as nações européias impuseram embargos e sanções à África do Sul em virtude do apartheid, como o banimento da Comunidade Britânica (1960) e dos Jogos Olímpicos (1972), embargo de armas e material militar (1977) e sanções econômicas impostas pelo Conselho de Segurança da ONU (1985). A atenção das nações ocidentais à situação política e social na África do Sul deveu-se, em grande medida, à atuação de Winnie Mandela, esposa de Nelson Mandela, e do bispo Desmond Tutu, que granjearam apoio em meio às esferas internacionais.

Apesar do m do apartheid e da ascensão à presidência de Nelson Mandela, em 1994, a política de segregação deixou marcas profundas na África do Sul. Embora profundas mudanças sociopolíticas tenham sido promovidas nos últimos anos, as heranças da descriminação racial institucionalizada ainda podem ser sentidas, particularmente no que se refere ao baixo nível de escolaridade entre os negros e os diversos conitos sociais ainda em curso.

Entre as principais leis do apartheid, podemos citar:

- Proibição de casamentos entre brancos e negros – 1949;

- Obrigação de declaração de registro de cor para todos sul-afriacanos (branco, negro ou mestiço) – 1950;

- Proibição de circulação de negros em determinadas áreas das cidades – 1950;

- Determinação e criação dos bantustões (bairros só para negros) – 1951;

- Proibição de negros no uso de determinadas instalações públicas (bebedouros, banheiros públicos) – 1953;

- Criação de um sistema diferenciado de educação para as crianças dos bantustões – 1953;



Nelson Mandela: líder sul-africano que lutou contra o apartheid

Ainda estudante de Direito, Mandela começou sua luta contra o regime do apartheid. No ano de 1942, entrou efetivamente para a oposição, ingressando no Congresso Nacional Africano (movimento contra o apartheid). Em 1944, participou da fundação, junto com Oliver Tambo e Walter Sisulu, da Liga Jovem do CNA.

Durante toda a década de 1950, Nelson Mandela foi um dos principais membros do movimento anti-apartheid. Participou da divulgação da “Carta da Liberdade”, em 1955, documento pelo qual defendiam um programa para o fim do regime segregacionista.

Mandela sempre defendeu a luta pacífica contra o apartheid. Porém, sua opinião mudou em 21 de marco de 1960. Neste dia, policiais sul-africanos atiraram contra manifestante negros, matando 69 pessoas. Este dia, conhecido como “O Massacre de Sharpeville”, fez com que Mandela passasse a defender a luta armada contra o sistema.

Em 1961, Mandela tornou-se comandante do braço armado do CNA, conhecido como "Lança da Nação". Passou a buscar ajuda financeira internacional para financiar a luta. Porém, em 1962, foi preso e condenado a cinco anos de prisão, por incentivo a greves e viagem ao exterior sem autorização. Em 1964, Mandela foi julgado novamente e condenado a prisão perpétua por planejar ações armadas.

Mandela permaneceu preso de 1964 a 1990. Neste 26 anos, tornou-se o símbolo da luta anti-apartheid na África do Sul. Mesmo na prisão, conseguiu enviar cartas para organizar e incentivar a luta pelo fim da segregação racial no país. Neste período de prisão, recebeu apoio de vários segmentos sociais e governos do mundo todo.

Com o aumento das pressões internacionais, o então presidente da África do Sul, Frederik de Klerk solicitou, em 11 de fevereiro de 1990, a libertação de Nelson Mandela e a retirada da ilegalidade do CNA (Congresso Nacional Africano). Em 1993, Nelson Mandela e o presidente Frederik de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz, pelos esforços em acabar com a segregação racial na África do Sul.

Em 1994, Mandela tornou-se o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou o país até 1999, sendo responsável pelo fim do regime segregacionista no país e também pela reconciliação de grupos internos.

Com o fim do mandato de presidente, Mandela afastou-se da política dedicando-se a causas de várias organizações sociais em prol dos direito humanos. Já recebeu diversas homenagens e congratulações internacionais pelo reconhecimento de sua vida de luta pelos direitos sociais.

A questão da discriminação racial na África do Sul é um importante fator social em sua história, tanto no período sob o domínio inglês, sob o domínio holandês ou após a sua independência. Entretanto, em 1948, a discriminação foi institucionalizada com a aprovação das leis do apartheid. Nessa data, o Partido Nacional da África do Sul ganhou as eleições e tornou parte de seu governo uma política de segregação racial chamada de eerbaare apartheid (segregação honorável).


= CURIOSIDADES =


*Algumas frases de Nelson Mandela:

- "Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitos para viverem como irmãos."

- "Uma boa cabeça e um bom coração formam uma formidável combinação."

- "Não há caminho fácil para a Liberdade."

- "A queda da opressão foi sancionada pela humanidade, e é a maior aspiração de cada homem livre."

- "A luta é a minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim de meus dias."

- "A educação é a arma mais forte que você pode usar para mudar o mundo."

- “Sinto-me como um jovem de 50 anos.”

- “Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e, se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar.”

- “Ainda há gente que não sabe, quando se levanta, de onde virá a próxima refeição e há crianças com fome que choram.”

- “Eu faço tudo isso em nome dos princípios morais, segundo os quais nao podemos abandonar aqueles que nos ajudaram nos momentos mais sombrios da historia do nosso país.”


* Dia Internacional de Nelson Mandela

- A partir de 2010, será celebrado em 18 de julho de cada ano o Dia Internacional de Nelson Mandela. A data foi definida pela Assembléia Geral da ONU e corresponde ao dia de seu nascimento.


* Livros (obras principais):

- Nelson Mandela - A Luta da Minha vida (1989) - autobiografia

- Conversas que tive comigo (2010)

- Vencer é Possível (1998)


* Bibliografia indicada:

- Nelson Mandela - uma lição de vida
Autor: Lang, Jack
Editora: Mundo Editorial
Temas: Biografia, Política

- Mandela - Retrato Autorizado
Autor: Kathrada, Ahmed
Editora: Ales Trade Comércio
Temas: Biografia, Fotografia

- Os caminhos de Mandela
Autor: Stengel, Richard
Editora: Globo
Temas: Biografia, Política


Mandela preso por lutar contra o apartheid
Mandela quando estava preso por lutar contra o apartheid na África do Sul


* Dois primeiros artigos da Declaração dos Direitos Humanos, a saber:

Artigo I - Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.

Artigo II - Todo homem tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos foi aprovada com unanimidade pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em dezembro de 1948. É o mesmo ano em que o Partido Nacional da África do Sul ganhou as eleições (nas quais só aos brancos era permitido votar) e implementou a política do apartheid era praticada na África do Sul.


ORAÇÃO PELA LIBERTAÇÃO DA ÁFRICADO SUL - 1985

Composição: Gilberto Gil

Se o rei Zulu já não pode andar nu

Se o rei Zulu já não pode andar nu

Salve a batina do bispo Tutu

Salve a batina do bispo Tutu

Ó, Deus do céu da África do Sul

Do céu azul da África do Sul

Tornai vermelho todo sangue azul

Tornai vermelho todo sangue azul

Já que vermelho tem sido todo sangue derramado

Todo corpo, todo irmão chicoteado - iô

Senhor da selva africana, irmã da selva americana

Nossa selva brasileira de Tupã

Senhor, irmão de Tupã, fazei

Com que o chicote seja por fim pendurado

Revogai da intolerância a lei

Devolvei o chão a quem no chão foi criado

Ó, Cristo Rei, branco de Oxalufã

Ó, Cristo Rei, branco de Oxalufã

Zelai por nossa negra flor pagã

Zelai por nossa negra flor pagã

Sabei que o papa já pediu perdão

Sabei que o papa já pediu perdão

Varrei do mapa toda escravidão

Varrei do mapa toda escravidão

(http://www.youtube.com/watch?v=-q0FARtROo0&feature=related)


A música “Oração pela libertação da África do Sul” pode ser utilizada para exemplificar os conceitos acima mencionados, como o tratamento que os brancos reservavam aos negros (“Todo corpo, todo irmão chicoteado”) e a importância do arcebispo Desmond Tutu, que recebeu o Prêmio Nobel da Paz (“Salve a batina do bispo Tutu”). Outro personagem importante é o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela.


* VÍDEOS INTERESSANTES:



http://www.youtube.com/watch?v=-q0FARtROo0&feature=related


= ENTREVISTAS=

(Entrevista 1)

Nome: Clemilda.

Idade: 28 anos.

Residência: Mora em Botafogo, mas não especificou o local.

Trabalho: Trabalha em um quiosque na rua Nelson Mandela há 6 anos.

Quem é Nelson Mandela? Não sei. Sei que na África tem esse nome Nelson Mandela, mas não sei se tem relação.

Porque a rua tem o nome dele? Não sei dizer.


(Entrevista 2)

Nome: Regina.

Idade: 60 anos.

Residência: Rua São Clemente – Botafogo.

Trabalho: Aposentada.

Quem é Nelson Mandela? Pessoa muito importante para os Estados Unidos e para o reconhecimento do negro enquanto cidadão normal. Sei que ficou preso, e que depois que saiu continou a ajudar os negros.

Porque a rua tem o nome dele? É uma forma de homenagem, que é muito boa para nós contarmos para os nossos netos, para que eles possam de alguma forma conhecê-los.


=FOTOS=



R E F E R Ê N C I A S B I B L I O G R Á F I C A S:

- ANDERSON, Perry. Portugal e o fi m do ultracolonialismo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.

- BRUNSCHHWIG, Henri. A partilha da África negra. São Paulo. Perspectiva, 1974.

- CÔRTES, Norma et alii. História. Reorientação curricular (versão preliminar). Secretaria de Estado de Educação do Estado do Rio de Janeiro. 2004.

- DECLARAÇÃO Universal dos Direitos Humanos. http://www.onu-brasil.org.br. Acesso em 30 de novembro de 2005.

- HOBSBAWM, Eric. A era dos impérios - 1875-1914. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2002.

- MAGNOLI, Demetrio. África do Sul - capitalismo e apartheid. São Paulo: Contexto, 1992.

- MESGRAVIS, Laima. A colonização da África e da Ásia: a expansão do imperialismo europeu no século XIX. São Paulo: Atual, 1994.

- PEREIRA, Francisco José. Apartheid. O horror branco na África do Sul. São Paulo: Brasiliense, 1985.

- Disponível em http://www.suapesquisa.com/biografias/nelson_mandela.htm Acessado em 22/10/2011;

- Disponível em http://www.brasilescola.com/biografia/nelson-mandela.htm Acessado em 23/10/2011;

- Disponível em www.mundonegro.com.br Acessado em 20/10/2011;

- Disponível em http://www.suapesquisa.com/o_que_e/apartheid.htm Acessado em 21/10/2011;



Grupo (Noite):

Anna Karla R. Freire (108.10.019.0)

Letícia de Bragança Teixeira Pinto (310.100.84)

Micirlene Gabriel Ribeiro da Silva (108.100.46)

Monique Oligario de Almeida (105.10.118)

Pedro H.F. Oliveira (309.100.98)

2011.2

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