segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Breve Parecer sobre a África

Elizabeth de Paula
Integrante do Grupo Memória/História (noite) - Disciplina Relações Etnicorracias na Escola - Curso de Pedagogia/UFF - 2011/2



Continente Africano - Globo Terrestre

Quando ouvimos falar sobre o continente africano, a primeira característica que vem à mossa mente é a pobreza. Outras características que lembramos são: AIDS, animais selvagens. E se pedirmos alguém para dizer algo sobre a história da África? Provavelmente, a pessoa lembrará o tráfico negreiro, da escravidão. Isto se deve, certamente, ao descaso que se faz da História da África, suas historias vividas antes de tirarem seu povo à força para outros continentes. Nas escolas, por exemplo, quando se fala de África ou de africanos, é sempre falando da escravidão. Mas a África não tem só essa história. Se voltarmos a séculos anteriores à chegada dos africanos no Brasil, descobriremos que a África tem sua própria história.


Os europeus, ao chegarem à África no fim do século XV, se depararam com muitos reinos e domínios. Essas formas de centralização política do período pré-colonial fizeram com que hoje existissem identidades grupais. Há quem diga que havia mais povos do que idiomas. “Não devemos confundir linhagem com o chamado comunismo primitivo, um tipo de sociedade imaginado por pensadores do século XIX influenciados pelo evolucionismo, no qual não haveria diferenças de poder ou riqueza dentro do grupo social.”[1]


Dentro dos reinos existiam cargos como: a cura, a comunicação com os espíritos, a guarda dos emblemas representativos da autoridade política ou religiosa, a manufatura, na caça, na pesca e na coleta. As regras de casamento e sucessão eram bastante variáveis, o que permitia uma relativa mobilidade social. Por exemplo, um jovem desejoso de se integrar a uma linhagem mais rica e poderosa que a sua como meio de ascensão social, poderia. Existia constante competição interna entre os povos, empenhados em acumular cada vez mais riqueza e prestígio. Por vezes, essa competição se transformava em conflito militar. “Pessoas de outros grupos, ao serem capturadas, eram, muitas vezes, utilizadas no trabalho agrícola ou doméstico e tornavam-se cativos de guerra.” (idem).
Essas pessoas que eram capturadas eram tratadas como escravas, mas a escravidão na África era diferente da escravidão que tivemos aqui no Brasil. Na escravidão da África, também chamada de Escravidão Doméstica, os cativos eram absorvidos, em uma posição subalterna, a um grupo de parentesco, e trabalhavam na produção de alimentos e utensílios a serem consumidos pelo próprio grupo, ou seja, não eram alimentos que seriam vendidos. Já, a escravidão vivida no Brasil era um sistema econômico, também chamado de Escravidão Mercantil, no qual a produção da riqueza de uma sociedade baseia-se fundamentalmente no trabalho escravo. Para essas sociedades, o escravo é uma mercadoria, destinada a produzir outras mercadorias a serem vendidas no mercado externo, e o pior os próprios escravos também eram vendidos e comprados e não tratados como pessoas.
Essa diferenciação da escravidão da África com a do Brasil foi esclarecedora para mim, pois já ouvi muito dizer que os negros quando vieram escravizados já estavam acostumados a serem escravos porque na África já havia essa prática, mas agora posso ver que não era bem assim. E outras questões como essas, devem chegar aos ouvidos da sociedade para que ela não pense errado acerca da África e dos negros.

[1] Centro de Estudos Orientais Afro Orientais. História da África e da Escravidão Africana. Disponível em: http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/uma%20historia%20do%20negro%20no%20brasil_cap01.pdf Acesso em 20 de ou. 2011.

Referencia Bibliografica:

Centro de Estudos Orientais Afro Orientais. História da África e da Escravidão Africana. Disponível em: http://www.ceao.ufba.br/livrosevideos/pdf/uma%20historia%20do%20negro%20no%20brasil_cap01.pdf Acesso em 20 de ou. 2011.




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